Hoje, 24 de abril de 2017; completam-se 230 anos do nascimento de tão ilustre estudioso. Nossas homenagens e reconhecimento!
Mateo José Buenaventura Orfila Rotger (conhecido também como Mateu Orfila e Mathieu Orfila), químico e médico espanhol, teve um papel importante na história da toxicologia, papel este que o nomeou como “pai da toxicologia”. Nasceu em Mahón na Espanha em 24 de abril de 1787 e faleceu em 12 de março de 1853 em Paris, França.
Durante a Idade Média existiam diversos envenenadores profissionais que ofereciam seus serviços aos mais poderosos que, frequentemente, utilizavam-se desses serviços em sedentas brigas por poder. O veneno mais utilizado na época era o arsênico, pois seus sintomas eram semelhantes a doenças comuns como gastroenterite, intoxicação alimentar em geral, disenteria e uma série de outros. O crescente uso de envenenadores profissionais levou à necessidade de uma melhor investigação de mortes consideradas estranhas. Porém, somente no século XIX uma solução para esse problema foi obtida.
Muitos pesquisadores participaram dessa busca, dentre eles Mathieu Orfila e James Marsh, precursor do “teste de Marsh”, teste este que até hoje é considerado confiável e exato se realizado corretamente. Mas foi o caso LaFarge que levou Mathieu Orfila ser considerado o pai da toxicologia, pois ele superou a lacuna entre a ciência da toxicologia e um tribunal penal. No caso LaFarge a acusação alegou que a senhora Marie LaFarge havia envenenado o marido com arsênico. Peritos realizaram o “teste de Marsh” que teve um resultado inconclusivo. Não satisfeita com o resultado, a acusação solicitou que Orfila repetisse o teste. Através de seu conhecimento de fisiologia e química, Orfila sabia o motivo do resultado inconclusivo do “teste de Marsh”, então ao invés de testar o estômago, ele testou a comida e a louça utilizada no dia da morte. Sabidamente os resultados foram positivos e a senhora LaFarge foi condenada por ter envenenado o marido.
Orfila foi uma das figuras mais influentes e respeitadas da história criminal. Seu renomado trabalho científico “Treatise on Poison” ou “Traité des Poisons“ introduziu métodos inovadores e melhorados para detectar e quantificar vestígios de arsênio, cianeto, antimônio e morfina. Com o seu grande reconhecimento dentro da comunidade científica francesa, foi nomeado professor da Faculdade de medicina, iniciando assim, uma incomparável ascensão que o levaria a ocupar altos cargos na medicina francesa.
Participou ativamente da fundação e desenvolvimento de duas grandes revistas científicas da época, onde publicou uma série de documentos relacionados à toxicologia: “Journal de Chimie Médicale, de Pharmacie et de Toxicologie y los Annales d’Hygiène Publique et de Médecine Légale”.
Isto, juntamente com sua participação como perito especialista em numerosos processos judiciais de envenenamento, transformou Orfila em um dos mais famosos médicos de seu tempo com repercussões até agora.
Referências:
- https://www.quora.com/Why-is-Mathieu-Orfila-the-father-of-forensic-toxicology
- http://www.crimemuseum.org/crime-library/toxicology-of-poisons/
- https://robertwalshwriter.wordpress.com/2014/08/02/mathieu-orfila-father-of-toxicology/amp/
- http://ead.hemocentro.fmrp.usp.br/joomla/index.php/noticias/adotepauta/678-quimica-forense-a-utilizacao-da-quimica-contribuindo-na-solucao-de-crimes
- http://revistamundoforense.com/mathieu-orfila/
- https://www.nlm.nih.gov/visibleproofs/galleries/biographies/orfila.html
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