Com a chegada da estação mais fria do ano no hemisfério sul, o inverno, é cada vez mais comum a utilização de equipamentos de aquecimento (lareiras e aquecedores) pela população, conduta adequada para garantir o conforto térmico e diminuir o risco de doenças causadas pelas baixas temperaturas registradas no período.
Todavia, infelizmente, existem riscos associados ao uso de tais equipamentos, quando alimentados com materiais orgânicos combustíveis. O elevado preço da energia elétrica, principalmente no inverno quando as usinas termoelétricas passam a operar com maior frequência e a tarifa da eletricidade recebe um valor adicional por Megawatt-hora (MWh), resulta na utilização de aquecedores a gás ou lareiras a lenha, como alternativas menos custosas nas regiões tipicamente frias.
Recentemente alguns acidentes comoveram a população em geral. Uma família brasileira foi encontrada morta em um apartamento em Santiago, capital do Chile; a polícia local realizou a investigação e emitiu um laudo oficial dias depois indicando a causa da morte como intoxicação por inalação de gás tóxico (Monóxido de Carbono – CO). O CO possui a propriedade de ser incolor e inodoro, tais características contribuem para o grande número de intoxicações por todo o mundo.
Outros dois casos mais recentes foram o da morte de uma família em Santo André/SP, que havia acabado de retornar de férias na Disney, e, foram encontrados mortos no apartamento onde viviam no dia seguinte, todos vítimas deste gás que estava acumulado no local, pois não havia nenhum sistema de chaminé para exaustão dos gases gerados no processo de queima do aquecedor. E também outra família em Guarulhos/SP, após ascender uma churrasqueira no quarto para se aquecerem e, pelas mesmas circunstâncias (intoxicação com CO), vieram a óbito.
Apesar de não serem comumente notificados e divulgados na mídia, infelizmente situações como essas não são tão raras como imagina-se, existem inúmeros casos de mortes no mundo por intoxicação no carro, é comum por exemplo, casais passarem a noite no veículo (em um drive-in), com o motor ligado para manter o sistema de ar condicionado ligado, por se tratarem de ambientes fechados onde ocorre o enclausuramento dos gases, como por exemplo garagens, o monóxido de carbono fica retido no local, sem que haja a circulação do ar. É por esse motivo inclusive que, os veículos possuem um catalisador, cuja função é a realização de uma troca gasosa mais eficiente, emanando menor quantidade de CO e produzindo mais CO2, que apesar de não ser classificado como tóxico pelo GHS, é considerado um asfixiante simples, e em altas concentrações pode levar a morte no caso de inalação, além de ser um grande contribuinte para o aquecimento global.
O monóxido de carbono é gerado principalmente através da queima incompleta de combustíveis fósseis (diesel, gasolina, gases, carvão etc). Quando inalado causa danos à saúde humana pois interage com grande afinidade com a hemoglobina, presente no sangue, e forma a carboxihemoglobina, que desencadeia um processo potencialmente letal, iniciando com efeito narcótico, passando pelos estágios de fraqueza, sonolência, confusão mental, coma e podendo chegar ao óbito.
Quando se trata de ambientes industriais, outra fonte de risco de intoxicação com gases tóxicos são os espaços confinados, que frequentemente possuem uma deficiência de oxigênio e potencialmente podem acumular esses gases, incluindo o CO. Além desses ambientes podemos citar as áreas de caldeiras, geradores elétricos, queimadores industriais, entre outros. Inclusive por estes riscos, o Ministério do Trabalho definiu um Limite de Tolerância para o CO na NR-15 (Norma Regulamentadora n° 15) e Indicador Biológico para Carboxihemoglobina na NR-7.
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Diogo Domingues Sousa
Líder de Segurança e Saúde Ocupacional – SSO