De acordo com o jornal O Globo, estudo recente realizado pela Associação de Consumidores – Proteste constatou altos níveis de acrilamida em diversos alimentos costumeiramente ingeridos pela população. O teste avaliou a presença da substância em 51 alimentos, dentre eles, pão francês, batata frita, batata chips, biscoito cream cracker, torradas, salgadinhos, biscoito doce e outros. Os produtos com maior concentração de acrilamida foram listados pelo jornal, dos quais alguns estão citados na tabela abaixo (em microgramas por quilo de alimento):
Batata Frita (µg/Kg) | Biscoito Doce (µg/Kg) |
Mc Donald’s – 265 | Passa tempo – 100 |
Habib’s – 496 | Trakinas – 519 |
Girafas – 100 | Bono – 707 |
Burguer King – 100 | Adria – 1.110 |
Bob’s – 100 | Bauducco – 538 |
Ainda não há consenso dos órgãos reguladores quanto ao limite seguro para o consumo, porém, de acordo com a Portaria do Ministério Saúde n° 2914, de 2011 na água potável, o limite máximo da presença de acrilamida é de 0,5 µg/L, o mesmo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a pesquisadora Fernanda Ribeiro, “é preciso ingerir produtos como biscoitos doces e salgados, pão e torrada, com extrema moderação, além de manter atenção redobrada com as marcas destes produtos”, já que a pesquisa detectou que, dentre um mesmo tipo de alimento, existem produtos com diferentes teores da substância, variando de acordo com a marca.
A acrilamida é uma molécula da família química das Amidas, também conhecida como 2-propenamida e possui fórmula molecular C3H5NO.
De acordo com a Anvisa, a acrilamida pode ser produzida naturalmente em alguns alimentos que tenham sido cozidos ou processados a altas temperaturas. Aparentemente os níveis aumentam em proporção à duração do aquecimento. Por isso, os níveis mais altos são encontrados em alimentos ricos em amido (batatas e produtos de cereais).
Segundo a International Agency for Research on Cancer (IARC), agencia vinculada à OMS, existem evidências suficientes do potencial carcinogênico da acrilamida em experimentação animal, mas não há evidencias suficientes até o momento sobre o efeito carcinogênico da acrilamida em humanos. As evidências existentes embasam a IARC para classificar a acrilamida como “Provavelmente carcinogência para humanos (Grupo 2A)”.
A pesquisadora sugere que, para fugir da acrilamida, é fundamental manter uma alimentação saudável e, além disso, observa a importância da elaboração de um código de boas práticas para que as empresas do ramo alimentício cumpram uma série de regras e reduzam a chance da substância ser encontrada em níveis tão elevados nos alimentos.
REFERÊNCIAS, NOTAS OU LINKS
http://oglobo.globo.com/saude/o-perigo-por-tras-do-pao-frances-da-batata-frita-11467623
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/aulas/reuniao_visas_curitiba07/acrilamida.pdf
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/informes/28_020707.htm
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